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Moradores do Edifício Emílio Santos recebem aviso de desocupação


Algumas famílias continuam no prédio

Secon voltará hoje ao Edifício Emílio Santos, em Boa Viagem, para terminar de entregar as notificações aos moradores dos três blocos interditados que ainda não receberam o documento. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Secon voltará hoje ao Edifício Emílio Santos, em Boa Viagem, para terminar de entregar as notificações aos moradores dos três blocos interditados que ainda não receberam o documento. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
A Secretaria Executiva de Controle Urbano (Secon) voltará hoje ao Edifício Emílio Santos, em Boa Viagem, para terminar de entregar as notificações aos moradores dos três blocos interditados que ainda não receberam o documento. Ontem, técnicos da Secon estiveram no residencial e deixaram o aviso de desocupação imediata dos blocos A, B e C nas mãos do síndico Márcio Costa e de outros residentes. Algumas pessoas ainda estavam deixando suas casas, mas um grupo de moradores insiste em permanecer. Um engenheiro contratado por proprietários que desejam um novo laudo sobre a situação do imóvel vai vistoriar os edifícios hoje. Os três blocos, do tipo caixão, foram construídos em 1990 e têm 32 apartamentos ao todo. Segundo o síndico Márcio Costa, no início da semana passada alguns imóveis começaram a apresentar rachaduras que se agravaram na noite da última quarta-feira, quando a Defesa Civil foi chamada. “Já estou arrumando minhas coisas para deixar o apartamento. Não tenho mais esperanças que o problema seja resolvido. Um professor da UFPE veio aqui hoje (ontem) e recomendou que desocupássemos os apartamentos”, revelou Márcio. O síndico informou que verificou as paredes do seu imóvel em três lugares onde deveria haver vigas de sustentação, mas não as encontrou.
Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Os problemas no Edifício Emílio Santos não são novos. No mês de fevereiro de 2008, o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) já havia emitido um laudo classificando como alto o risco de desabamento das unidades. A Secretaria Executiva de Defesa Civil esteve nos edifícios e está apoiando os moradores que precisarem de caminhão para fazer mudanças. “Muitas pessoas estavam pensando em ficar aqui e conseguir ‘derrubar’ essa interdição, mas agora algumas delas estão vendo que é melhor desocupar o prédio. Hoje (ontem), recebi a notificação oficial informando a desocupação”, completou Márcio Costa. Ontem à tarde, um grupo de moradores conversava na entrada do conjunto residencial, mas nenhum quis falar sobre o assunto.A rotina de sofrimento dos moradores de prédios-caixão na Região Metropolitana do Recife é antiga. No total, de 5,3 mil edificações desse tipo existem na RMR, desse total, 2,3 mil estão no Recife. Segundo números do Itep, 4.770 edifícios, ou seja, cerca de 90% do total na RMR, apresentam riscos entre leves e graves. Já 340 edificações da RMR apresentam risco muito alto. Dessas, 230 continuam habitadas. Cento e onze prédios-caixão da RMR estão interditados, 12 já desabaram total ou parcialmente e 37 pessoas morreram nos últimos 36 anos nos desabamentos de prédios.
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