Vários rodoviários pararam os coletivos no meio da rua para protestar contra a negociação que está sendo feita entre o sindicato da categoria e os donos das empresas
Do JC Online
Avenida Conde da Boa VIsta foi utilizada como estacionamento pelos motoristas. Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Conforme prometido, parte dos
rodoviários de Pernambuco realizaram um protesto de três horas na manhã
desta sexta-feira (14). A paralisação serviu para advertir os patrões e
enfrentar a direção do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, que está
à frente da entidade há 33 ano, e provocou muitos transtornos no
trânsito do Grande Recife. Às 6h, vários motoristas estacionaram os
coletivos no cruzamento da Avenida Guararapes com a Rua do Sol,
considerado o local mais movimentado do Centro do Recife, por onde
passam centenas de ônibus diariamente, e na Avenida Conde da Boa Vista.
Também houve fila de ônibus parados em cima do viaduto da Joana Bezerra.
Por conta da paralisação, muitos passageiros preferiram descer e fazer o
restante do percurso a pé. Às 9h, os motoristas fizeram uma oração
coletiva e voltaram para os ônibus, voltando aos trabalhos.
A paralisação aconteceu também nos
terminais integrados do Barro, Macaxeira e Tancredo Neves. Cerca de 2
milhões de passageiros foram prejudicados. "Fiquei sabendo na manhã de
hoje que haveria o protesto. Acabou me prejudicando, mas apoio a decisão
dos motoristas. O problema é que vou ter que descer e ir andando para o
trabalho. Muitas vezes, saímos de casa apenas com o dinheiro da
passagem de ida e volta e, por isso, não posso pegar outro transporte",
disse Maria do Carmo, enquanto caminhava para o trabalho. Na Avenida
Presidente Kennedy, em Olinda, os ônibus não estão passando. Eles
deveriam sair do Terminal da Integração de Rio Doce, mas estão parados.
“Estamos fazendo esse movimento porque
soubemos que, mais uma vez, o Sindicato dos Rodoviários está planejando
um acordo com o setor empresarial para que o reajuste salarial seja de
apenas 7% e o vale-refeição suba de R$ 160 para R$ 200. Vão ensaiar uma
greve e depois cederão a esses percentuais. Está tudo orquestrado, como
vem acontecendo nos últimos anos. Por isso queremos mostrar que a
categoria está unida e agora tem uma dissidência do sindicato. Que não
estamos para brincadeira. Nossa profissão é estressante, arriscada e
precisamos receber por tudo isso”, defende um dos colaboradores, pedindo
o anonimato.
Os motoristas e cobradores de ônibus querem um percentual de reajuste igual ao aumento da cesta básica, de 33%, e que o vale-refeição suba para R$ 300. Assim, o salário do motorista passaria de R$ 1.500 para R$ 2 mil e o do cobrador de R$ 690 para R$ 1.200.
Os motoristas e cobradores de ônibus querem um percentual de reajuste igual ao aumento da cesta básica, de 33%, e que o vale-refeição suba para R$ 300. Assim, o salário do motorista passaria de R$ 1.500 para R$ 2 mil e o do cobrador de R$ 690 para R$ 1.200.
Galeria de imagens
Paralisação parcial dos rodoviários teve início às 6h desta sexta-feira
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