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Eduardo Campos condena censura

Sem condenar o aliado Guilherme Uchoa, que moveu ação para censurar órgãos de imprensa, governador afirma que nunca utilizou tal expediente

 / Foto: Eduardo Braga/SEI/Divulgação

Foto: Eduardo Braga/SEI/Divulgação

O governador Eduardo Campos (PSB) preferiu, nesta quinta-feira, utilizar a linguagem indireta para condenar a censura prévia instaurada na imprensa local após ação movida na Justiça pelo seu maior aliado político, deputado estadual Guilherme Uchôa (PDT), também presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Textualmente, o socialista evitou condenar – de público – a iniciativa de Uchoa, mas deixou clara a oposição, ao se eximir de atitude igual ao longo de sua história política.
Nessa quinta, dia seguinte ao recuo do pedetista, que retirou a liminar, o líder socialista tratou o episódio de forma genérica, aplicando o termo “tema” para a censura de quatro dias ao JC, Diario de Pernambuco e TV Clube. Todavia, delimitou as posições de um e outro. “Sobre esse tema, durante toda a minha vida política, da minha família, do meu partido, sempre defendi a mais larga liberdade de imprensa, sempre me coloquei contra os regimes e governos que cercearam a liberdade de expressão e de imprensa. Isso, a minha vida inteira”, comentou.
Objetivo na resposta à abordagem, foi mais contundente no desacordo à ação que levou à censura, ao complementar que jamais adotou iniciativa igual. “Desde 1990 tenho mandatos e não tenho nenhuma ação ajuizada na Justiça do Brasil contra um jornalista ou veículo de comunicação”, completou.
Eduardo não quis responder, porém, quando questionado diretamente, se condenava a atitude do presidente da Alepe, seu “fiel escudeiro” na Casa. “O que eu tinha a dizer eu disse”, encerrou.
O recuo de Uchoa veio depois que a censura ganhou repercussão nacional, recebendo a condenação de entidades como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Anteontem, Uchoa leu um discurso pronto, na Alepe, atribuindo a decisão de entrar na Justiça a uma iniciativa “unilateral” de seu advogado. Nos bastidores, o comentário é que a repercussão nacional desagradou o governador, que constrói sua candidatura ao Planalto em 2014. Eduardo foi associado a Uchoa como aliado político. Ele, todavia, negou ter interferido. “De forma alguma. Tomei conhecimento pela imprensa, não tenho nenhuma ingerência nisso”, ressaltou.
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